segunda-feira, 28 de junho de 2010

Contra-razões.

Mas fora dessa lei há uma gente que pulsa talento. Há dança, vida , arte.
Além dessas capas pretas, dessas togas andrógenas há formas , cores, movimento, idéias.
Pessoas dançam, pintam, falam e cantam idéias, concretizando o abstrato discutido nos tribunais.
A vida real é mais leve, usa sapatilhas de balé, tem ritmo, cadência.
A periferia se acende, e em cada casa de reboco há um talento. A manifestação da arte é a manifestação da vida e da vitória sobre a morte.
Fora dessas cortinas, desta condição, há grupos, espetáculo, risos, aplausos, platéia. São pessoas que vivem a doutrina , que criam novas teses, novas fórmulas. Recriam o que parecia imutável para os clássicos e neoclássicos.
Essa mistura de cores que me fascina, me fez sentir a vida em seu sentido maior: é o Bumba, é o Folguedo, a 1ª bailarina, a menina que ensaia o primeiro passo.
O talento de pessoas que colocam alma em tudo que tocam, luz nas trevas, calor, vibração.
Não usam máscaras, mas se revelam como seres únicos mas coletivos, de personalidades que integram todas as personalidades.
E com eles sou feliz... e bailo, bailo...

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Ninguém lê mais poesia hoje em dia
são tantas informaçoes, tantos dados
é orkut, msn, e-mails em enxurrada
Acabaram com a poesia
nas relações
nos inícios e nos finais
e nos meios, que ficam assim
como caminhos sem flores,
sem palavras para guardar na lembrança
E as caixas de papéis, a serem revirados de vez em quando
para lembrar de quem fomos, o que sentimos
vao ficando vazias
vazias de pessoas
de sentimentos
de referências
Quem foi que escreveu isso mesmo?
quando foi?
quem fui eu?
slides me facilitam a leitura em mensagens digitalizadas
que com certeza vou esquecer
vão se apagar, junto com os modismos
com a memória do computador
Ninguém mais quer saber de ler poesia
de ser poesia
de olhar e tocar a vida com a lentidão e a paciencia do poeta
de sentir o poder das palavras
do som
do cheirinho de papel
do tempo que nao é perdido,
do tempo para encher o coração, para inspirar-se
para fazer-se grande
no instante do poema.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

ainda lembro...

Tento fazer hoje
a santa inquisição
nos arquivos
nos pensamentos

... mas lá, dobradinho e embrulhado
dentro daquele livro antigo
a letra da música me recorda:
"onde estará o meu amor?..."

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

florais

Uma roda de flores
quase todas elas
coloridas
perfumadas
viçosas

Sao várias chaves
vários tons
várias formas de se recomeçar

De onde vem esta flor
de onde vem este segredo
este segredo de amor
este presente de Deus

Sou flor, sou folha
sou jardim
de onde venho
vem as flores
agora elas são parte de mim

domingo, 29 de março de 2009


Sou uma casa cheia de palavras tentando ficar um pouco calada. Sou uma casa cheia de novidades, conflitos, medos e segredos que nem eu mesma acessei.
Sou uma casa de mãe, com aquele sofá macio, sempre pronto para acolher, ouvir, amar.
Sou uma casa cheia de desejos que às vezes preciso esquecê-los um pouco, e entupir minhas gavetas, para abri-las depois e fazer a seleção do que eu ainda quero e do que não me serve mais.
Cada palavra desta casa quer expressar as várias mulheres que sou, os vários personagens que assumo, as minhas almas, as Lorenas. Quero expressar todas elas com bastante cuidado para que todos possam ver que não quero ferir, nem arranhar o que quer que seja, só transformar tudo isso em beleza, na dimensão que se possa alcançar.

sexta-feira, 18 de julho de 2008

Ainda brigo para nascer
Da outra encarnação guardo ainda
as magoas
os medos
as vozes ríspidas
os dias sem cor

Guardo as lembranças da morte
afogada
e o ar lentamente ia me sendo tirado
sufocada

Guardo a lembranças dos algozes
os que me tiraram a vida
com os quais purguei meus carmas
e de repente... quase tudo era escuridão

Quase tudo era dor
Quase tudo me retia
me dominava
me prendia

Enfim morri
libertei o meu espírito
e fui encontrar-me com os meus
aonde os maus nao podem chegar
nem me ver

Mas ainda guardo
as lembranças da outra vida
e a morte me espreita agora
quer saber se eu quero

Nao quero!

domingo, 29 de junho de 2008

Como não ser triste

Casa da Tia TT e as canções do Thiago
sorriso da Clarinha,
amanhecer do dia na comuna,
o céu cheio de estrelas

Um beijo de amor
uma palavra amiga
bons amigos
a caridade

Uma luz que não se apaga
palavras de conforto
a esperança da eternidade
almas dando-se as mãos

Chocolate
bolo de chocolate
sorvete de chocolate
biscoito recheado (de chocolate)

A mãozinha da Clara
o cheirinho dela
as estórias na hora de dormir
as conversinhas

Gaiatices da Bel
Hight School Musical
Bob Esponja
Padrinhos Mágicos

Arco-íris
uma brisa suave
as águas
a chuva mansa

Um cachorrinho afetuoso
um beija-flor surgindo do nada
um sinal de esperança
borboletas coloridas

Final de novela das oito
youtube
recadinhos carinhosos
Filme de aventura na Sessão de domingo

o mar...

perfume de alfazema
os sons da floresta
estar em casa
sentir-se em casa

Encontrar-se